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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

VÓS sois os chamados, nós, os bêbados

Tu, Pedro, tomas a palavra e começas a explicar à multidão que se ajuntou a terceira pessoa da trindade: Ele, o Espírito.

Você explica, não por simples presunção do saber, não por iniciativa própria, não. A pergunta já havia sido insistentemente lançada no ar:

Atônitos e perplexos, todos perguntavam uns aos outros: “Que significa isto?”

Por que escolhestes aquela passagem de Joel? Será que você já meditava naqueles dias nela guiado pelo próprio “Eu Sou”? Será que ela havia sido enxertada por Lucas ali a posteriori? Será que você achou tempo em meio àquela algazarra para buscar os rolos sagrados e buscar aquele texto? Até que ponto aquela passagem viria esclarecer ou confundir os acontecimentos?

Ela fala do derramar do Espírito de um Deus, que não mais descia para olhar, não visitava, mas se derramava. E não sobre um ou outro escolhido mas sobre todos. Ela fala de um Deus que salva, se derramando.

Você fala sobre seu amigo, Jesus de Nazaré, que aquela multidão conhecera bem, ou no mínimo ouvira muito sobre. São as Boas Novas, da cruz, da ressurreição, do perdão dos pecados que você começa a anunciar. Hábil pescador você lança sua rede para, pela primeira vez na vida, pescar homens, como o Nazareno lhe sinalizara.

Era o cumprimento da promessa de poder, poder para ser testemunha, para influenciar. Não para manipular a seu bel prazer. Poder para servir.

Mais uma vez tomas das Sagradas Escrituras, agora salmos. Estabeleces uma relação entre Ele que descia agora sobre Nós e o seu amigo que subira ao céus.

Tudo isso para explicar que não estavas dopado ou bêbado como alguns julgavam.

“Vós sois os herdeiros dessa promessa, vós, os chamados.”

(Continua…)

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